Semana passada, aqui no blog da Qualis, falamos sobre ambientação de histórias - se autores brasileiros deveriam escrever sempre com cenários brasileiros, ou se isso deveria ser livre.
Mas veja bem: esta não é a parte mais importante da criação de um ambiente. Há muitas outras coisas que precisam ser levadas em consideração, especialmente em ambientes internos.
O leitor precisa ser transportado para dentro da sua história. Observar os arredores com atenção é a forma que ele encontra para se conectar ainda mais com a situação de um personagem - seja uma casa onde ele mora, um local que está visitando, um país...
Então vamos a algumas dicas de como se descrever um cenário:
- Local em si: como é o local em uma avaliação superficial, o que se vê nele ao olhá-lo pela primeira vez;
- Detalhamento dos objetos: Para adicionar mais realidade no local, além de falar que havia uma porta, falar também que ela era antiga, pesada, com entalhes em dourado;
- Descrever quais seriam as primeiras emoções do personagem ao se deparar com o local: O que ele sente ao olhar para aquele lugar pela primeira vez, como reagiu ao vê-lo, se houve algum impacto, se achou bonito ou feio...
- Dar detalhes do clima e dos sons: Por exemplo: falar sobre o som das ondas rugindo ou dos pássaros cantando; a sensação do vento batendo em seu rosto;
- Passado do local: Aqui pode se descrever se o local tem alguma história, se o personagem já esteve ali, se houve alguma guerra naquela cidade...
- Odor do local: Por exemplo: o quarto da protagonista pode ter cheiro de lavanda, por causa de suas flores favoritas; a casa do vilão pode feder a charuto...
Tudo isso dá uma percepção sensorial ao leitor e permite que ele mergulhe ainda mais na história.
Faça um teste. Pegue um papel - ou o próprio word - e descreva o ambiente onde você está, com riqueza de detalhes. Faça isso constantemente, e se tornará um exercício excelente!