As palavras sempre me seduziram...
Sim.
Quando eu era pequena, eu sempre me perguntei como é que letrinhas tão pequenas podiam ser capazes de se juntar e formar textos complexos, cheios de significado.
Era como mágica... da mesma forma como a natureza consegue transformar um pequeno grão de areia em um imenso deserto ou pétalas minúsculas em uma flor de rara beleza.
A verdade é que a beleza das palavras não está apenas no significado que elas possuem. Isso qualquer um pode descobrir em um dicionário.
O mais poético de se escrever está na interpretação.
Não há nada mais mágico ou belo do que abrir um caderno e divagar incessantemente... aprisionar palavras em um papel para que possam ser lidas por muitos e muitos anos, e permitir que as mesmas frases que escrevemos como uma íntima confissão se tornem propícias ao momento de outras pessoas. Permitir que outras mentes compreendam o que você criou de uma forma diferente, adaptando tais mensagens para sua própria realidade, é um dom maravilhoso.
A escrita é muito mais do que uma união de palavras que rimam e que soam românticas e melodiosas. É um ato de liberdade, um exorcismo. Derramar-se em letras sobre uma folha amarelada é como escapar de uma maldição, torna-nos abençoados e puros novamente, como se nos tivéssemos livrado de todo mal existente em nossa alma. É uma absolvição.
Sim... as palavras sempre me seduziram... tanto como leitora, quanto como escritora. Escrever me torna uma doadora de emoções... e como leitora eu posso receber os sentimentos de outras pessoas... em uma troca quase celestial.