Tudo começa com uma simples curiosidade. Um objeto estranho organizado em uma prateleira, pegando pó.
A princípio nós o olhamos com desconfiança, duvidando que aquele aglomerado de folhas possa nos trazer tanto encanto e guardar tanta magia e aventura como nos fazem acreditar.
As mãos tomam vida própria e tocam o objeto.
Um pouco tímidas de início, ainda hesitantes, mas ávidas por descobrirem mais sobre algo que causa tanto fascínio em tantas pessoas.
As cores da capa chamam a atenção. Encantam os olhos e já começam a nos contar um pouco da história. Nossos dedos contornam as grandes letras que formam o título e leem um pedacinho do que irão encontrar.
O cheiro chega a nossas narinas como café recém passado. É como um perfume característico, criado para nos seduzir.
Conforme começamos a folhear as páginas, é como se um pouco da história criasse vida e vagasse até nós, mesmo que não iniciemos a leitura. Algumas frases mais insistentes são capturadas por nossos olhos e vamos sendo conquistados.
Corremos às orelhas, à sinopse, à biografia do autor. Pouco a pouco, cada detalhe vai se tornando mais e mais atrativo e quando percebemos, já estamos lendo a primeira página.
É neste ponto que não há mais volta. É neste momento que a história nos traga de tal forma que nos vemos absorvidos por ela de corpo e alma, quase fazendo parte do enredo e lutando com os personagens, torcendo por eles.
Vibramos a cada vitória, emocionamo-nos com as derrotas e perdemos o ar a cada reviravolta. Quando chegamos ao fim, estamos exaustos, como se tivéssemos corrido uma maratona.
E, bem... a verdade é quase essa mesmo. Uma história bem contada nos proporciona emoções tão violentas que elas nos exaurem. Elas nos deixam pela metade, porque uma parte de nós sempre pertencerá àquelas páginas; assim como cada frase, cada palavra, nunca sairá de nossos corações.