Tão maravilhoso quanto um beijo, é a expectativa de um. E quando essa expectativa vem em forma de visão, em um livro cheio de misticismo e magia, em uma cena incrível, a sensualidade é ainda maior. É o caso de A Caçadora do Tempo, de Glau Tambra!
Vamos conferir?
Minha mente andava estranha nos últimos dias, apesar de sempre ter sido complexa, naquela noite estava pior. Os sinos dos ventos do vizinho soavam alto como se quisessem chamar a atenção e os metais ao baterem pareciam duas espadas que se chocavam numa luta frenética entre mim e aquele homem que sempre aparecia. Ele vestia uma calça justa e uma bata, sob ela uma cota de malha que escondia a fortaleza da sua musculatura, eu também vestia a mesma cota de malha sob a roupa que o guerreiro usava. O salão que empregávamos aquela luta encontrava-se iluminado pelos archotes pregados nas paredes, brandi a espada para amparar o golpe dele enquanto o rapaz gritava “direita” ensinando-me aquela arte de espadas. Defendi com êxito e o ataquei rapidamente subindo a espada e a desci sob sua cabeça. Claro que ele era mais forte que eu, mas fingiu fraqueza só para chegarmos mais perto um do outro e me roubar um beijo, para, logo em seguida, empurrar-me para longe. “Ah é assim! Espere”, disse-lhe. Esperei pelo golpe e quando ele movimentou a espada, virei-me no eixo e fiquei as suas costas, ele se voltou para mim, então agarrei-lhe o pescoço e colei meus lábios nos dele que não resistiu e jogou para longe a espada e agarrou minha cintura diminuindo o espaço entre nós. Com agilidade retirou a cota de malha por cima da cabeça junto com a camisa deixando seu tórax à mostra, gotículas de suor escorriam pelo seu rosto e num puxão também arrancou a malha de ferro que eu vestia. Nossos corpos seminus dançavam no mesmo ritmo frenético da tensão criada por nosso sentimento e pela luta. Ofegantes, a pele arrepiada pela mão forte dele que escorregava pelas minhas costas. De repente, sai daquele devaneio voltando para a minha realidade com a respiração entrecortada e ansiosa para saber o final daquela visão. Suspirei. O que estava acontecendo comigo? Outra alucinação ou uma lembrança de algo que vivi? Seria possível rememorar? Quem era aquele homem que tanto me enlouquecia? Qual era o nome dele? Queria saber as respostas ou encontrar alguém que pudesse respondê-las, virei de lado na cama e fiquei sonhando com algo que jamais poderia ter.
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