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DISCUSSÃO #5 - Final Feliz x Final Trágico

Qualis - Comunicação

Dizem que dar um ponto final é a parte mais difícil de todo o processo criativo. Seja pela saudade que a história irá deixar ou pelo medo de que o famoso "THE END" não seja satisfatório. Na literatura de romance, muitos leitores exigem que seja mostrada uma pequena parte do futuro do casal - casamento, filhos - como prova do final feliz. Outros preferem finais abertos. Outros preferem finais mais demorados; outros, mais rápidos.


É quase impossível agradar a todos. Mas, apesar de alguns leitores apreciarem um bom drama e uma tragédia, é praticamente unânime - ao menos dentro do gênero romance romântico - a preferência por finais felizes.


Porém, Nicholas Spark está aí para provar que nem só de contos de fadas vive a literatura, mas também de muitas lágrimas...


As contradições são grandes. Os leitores estão muito exigentes hoje em dia e querem que a história seja o mais verossímil possível, mesmo que possua algum tipo de fantasia no meio. Nada de instalove, nada de coincidências absurdas ou de fatos incongruentes com a realidade, principalmente históricos. Ainda assim, mesmo sabendo que na vida real pessoas boas também morrem, a aceitação é bem difícil.


Vamos a um exemplo. J.K. Rowling tinha planos de matar Harry Potter no final da saga. E aí vai um pequeno SPOILER, se você ainda não conhece essa história de cabo a rabo, mas o nosso querido bruxinho era uma das horcruxes - artefados criados pelas trevas, para dividir a alma de Voldemort em várias partes, para que ele não pudesse morrer apenas de uma vez. Ou seja, para que o grande vilão fosse morto para valer, todas as horcruxes precisavam ser destruídas. Não seria lógico o protagonista morrer também? Porém, ela foi proibida pelos editores, porque os leitores não iriam aceitar.


Já vimos casos, inclusive, de pessoas que estavam amando livros, mas chegando ao final odiaram o fato de um dos protagonistas morrerem e avaliaram a obra com apenas uma estrela ou fizeram uma propaganda negativa. Mas será que um final trágico estraga tanto assim uma história inteira? Será que o fato de ser um desfecho condizente - embora não seja o preferido por você - já não vale uma admiração?


Em um cenário atual, onde a maioria das pessoas acredita que sua opinião é absoluta em todos os aspectos, isso se reflete também na literatura. Claro que existem autores que cometem falhas, mas na maioria das vezes, eles são as pessoas que mais sabem o que é bom para suas histórias, e o fato de o seu personagem favorito ter morrido, não muda toda a grandiosidade de uma obra. Portanto, vamos aprender a respeitar as decisões de escritores, contanto que sejam coerentes. Analise com cuidado a situação antes de avaliar um livro negativamente apenas porque ele não teve o desfecho que você queria. Pessoas morrem, tragédias acontecem, e se você quer que o livro seja o mais fiel à vida real possível, aceite também as partes negativas dessa realidade.

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